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Fundação Bienal anuncia a programação da 34ª Bienal de São Paulo correalizada com 25 instituições parceiras na cidade
24/01/2020 11:32 em Literatura
Os espaços parceiros, espalhados pela cidade de São Paulo, apresentam, em sua maioria, exposições individuais de artistas que também serão exibidos no Pavilhão da Bienal de setembro a dezembro. Conversas abertas e um simpósio internacional também estão inclusos na programação


Concebida como uma polifonia de vozes e visões a partir da produção artística contemporânea, a 34ª Bienal de São Paulo -- Faz escuro mas eu canto pretende reivindicar o direito à complexidade e à opacidade, tanto das expressões da arte e da cultura quanto das próprias identidades de sujeitos e grupos sociais. Para tanto, a edição adota um novo formato, que propõe criar uma multiplicidade de situações distintas em que possa se dar o encontro entre obras de arte e público. Com esta estratégia, a equipe curatorial, formada por Jacopo Crivelli Visconti, Paulo Miyada, Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez, salienta o quanto as interpretações e significações atribuídas às obras são elásticas e influenciadas, entre outros fatores, pelos diálogos possíveis com os trabalhos exibidos ao seu redor.

Além de se alongar no tempo, com a realização de mostras individuais e eventos performáticos no Pavilhão da Bienal já a partir de 8 de fevereiro, a 34ª Bienal também se expande no espaço, ao trabalhar com 25 instituições da cidade de São Paulo. A ampla rede de parcerias institucionais da Fundação Bienal de São Paulo -- cultivadas ao longo dos anos e motivadas pela potência e riqueza possibilitadas pelo diálogo e por colaborações -- é, nesta edição da mostra, aprofundada, passando a englobar, para além das relações institucionais, uma malha de relações artísticas e curatoriais.

Na maior parte dos casos, a parceria consiste em exposições individuais realizadas em instituições da cidade. Essas mostras oferecem ao público uma oportunidade para construir leituras aprofundadas de artistas que participam da grande coletiva que ocupa o Pavilhão da Bienal a partir de setembro -- onde os trabalhos se encontram em diálogo com outros artistas e debates. Assim, cerca de um quarto dos artistas que poderão ser vistos na mostra coletiva da 34ª Bienal integram essa rede expositiva, a qual resulta de meses de diálogo entre gestores e curadores dos diferentes espaços, além de curadores convidados. Há, também, casos em que as colaborações assumem outros formatos, como um programa de vídeo e um seminário internacional.

“Localizada no complexo cultural do Parque Ibirapuera e com sua origem entrelaçada com a de outras instituições, como o MAM e o MAC, a Fundação Bienal já nasceu com uma forte vocação para o estabelecimento de conexões. A 34ª Bienal acontece, então, como fruto do encontro e da potencialização mútua entre projeto curatorial e atuação institucional, e pelo reconhecimento de que é preciso, hoje mais do que nunca, ressaltar a importância do diálogo e das relações entre diferentes”, afirma José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação.

A 34ª Bienal se estrutura justamente a partir das múltiplas relações que se instauram entre questões artísticas e institucionais num evento desse porte. “Todos os artistas exibidos nas instituições parceiras também estarão presentes no Pavilhão da Bienal a partir de setembro, mas a experiência do encontro com suas obras por parte dos visitantes, em cada um dos casos, será imensamente diferente. E é nessa multiplicidade de relações possíveis e em constante transformação que esta edição da Bienal encontra um de seus norteadores centrais”, afirma Jacopo Crivelli Visconti, curador geral desta edição.

Paulo Miyada, curador adjunto, complementa: “São Paulo é uma metrópole complexa em que coabitam muitos públicos. Ao mobilizar essa rede de parcerias, a Bienal ganha oportunidade de aproximar-se de outros contextos urbanos e dos públicos que cada instituição cultiva cotidianamente. Os visitantes de espaços muito variados serão instigados a visitar a Bienal para reencontrar a obra de um artista em um diálogo expandido, ou, ao contrário, os visitantes da Bienal poderão se sentir compelidos a conhecer um espaço cultural novo caso desejem um mergulho mais longo na produção de um artista”.

Rede de instituições parceiras (confira a programação no link acima)

Casa do Povo
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Centro Cultural São Paulo
Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes
IAC - Instituto de Arte Contemporânea
Instituto Bardi / Casa de Vidro
IMS Paulista
Instituto Tomie Ohtake
Itaú Cultural
Japan House São Paulo
Museu Afro Brasil
Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE)
Museu da Cidade de São Paulo: Capela do Morumbi
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP)
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP)
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM São Paulo)
Museu Lasar Segall
Oficina Cultural Oswald de Andrade
Paço das Artes
Pinacoteca de São Paulo / Estação
Pivô
Sesc Pompeia
Sesc Carmo
Sesc Interlagos
Videobrasil

No Pavilhão da Bienal

No Pavilhão da Bienal, como anunciado previamente, além da mostra coletiva que acontece de setembro a dezembro, exposições individuais e eventos performáticos são apresentados a partir de fevereiro. Todas as atividades têm entrada gratuita.

Ximena Garrido-Lecca
exposição individual
8 de fevereiro a 15 março

Neo Muyanga
performance
8 de fevereiro de 2020, 11h

Clara Ianni
exposição individual
25 de abril a 8 de junho de 2020

León Ferrari
performance
25 de abril de 2020

Deana Lawson
exposição individual
25 de julho a 23 de agosto de 2020

Hélio Oiticica
performance
5 de setembro de 2020

Exposição coletiva
5 de setembro a 6 de dezembro de 2020

34ª Bienal de São Paulo -- Faz escuro mas eu canto
Equipe curatorial
Curador geral: Jacopo Crivelli Visconti
Curador adjunto: Paulo Miyada
Curadores convidados: Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez
Curadora convidada para publicações: Elvira Dyangani Ose, diretora do The Showroom, Londres
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