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Acervo da Revolução de 1932 reforça ideal democrático
10/07/2020 01:22 em Brasil
Um dos maiores e mais importantes acervos relativos à Revolução Constitucionalista de 1932, comemorada neste 9 de julho, é mantido pela Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP), que tem identidade histórica com o movimento e o ideal democrático

Um dos maiores e mais completos acervos permanentes da Revolução de 1932 lembra a importância da democracia e o respeito aos preceitos constitucionais. Trata-se da Galeria Jorge Mancini, na qual há bombas, armas, uniformes, fotos, cartazes de recrutamento de soldados, reportagens e documentos importantes da época em que os paulistas se mobilizaram em defesa da liberdade política e de uma constituinte pluralista e soberana.

A exposição localiza-se em prédio da AFPESP, à rua Venceslau Brás, 206 - Térreo, Centro), na cidade de São Paulo. A visitação é gratuita e permanente, mas está interrompida devido à pandemia da Covid-19. "Mesmo fechado ao público neste momento, o acervo testemunha o significado da Revolução de 1932, movimento paulista contra a ditadura de Getúlio Vargas e defensor de uma Constituição soberana e democrática. Essa mostra tem referencial de identidade histórica com nossa associação", explica a coordenadora de Educação e Cultura da entidade, Thais Helena Costa.

Ela explica a origem do espaço: "Em 1932, seis irmãos da Família Mancini incorporaram-se voluntariamente ao Exército Constitucionalista Paulista. Jorge Mancini (1900-1993), técnico em cooperativismo, ocupou o posto de capitão daquele grupamento. Após o término da ação, organizou, fundou e presidiu a Associação dos Ex-Combatentes de São Paulo, com o propósito de defender direitos e pleitear reconhecimento aos soldados e seus familiares".

Colecionador de documentos e objetos referentes ao movimento, Mancini percorreu diversas cidades paulistas com sua "Exposição de 32". Muitas vezes, utilizou a sede da AFPESP, à qual foi associado desde 1948, para expor a coleção. O apoio da entidade, inclusive na defesa dos servidores públicos que foram combatentes, o motivou, em 1990, a doar o acervo à associação, que vem acrescentando novas peças, por meio de aquisições ou doações.

Identificação histórica

Thais Helena ressalta que o Movimento de 1932, com batalhas entre 9 de julho e 2 de outubro daquele ano, vitimou numerosos combatentes idealistas, que se moveram por princípios democráticos legítimos. "A revolução encontrou na AFPESP não só representantes para a luta armada, como também, posteriormente, espaço de preservação histórica de sua memória".

Uma parcela expressiva dos primeiros associados guardava relação direta ou indireta com a revolução. A entidade posicionou-se, desde o início, ao lado dos servidores públicos que, em virtude de participação direta no movimento, viam-se às voltas com a possibilidade de perdas em sua situação funcional.

Sobre a AFPESP
A Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP) é uma entidade sem fins lucrativos e direcionada ao bem-estar dos servidores civis estaduais, municipais e federais atuantes do território paulista. Fundada há oito décadas, é a maior instituição associativa da América Latina, com mais de 250 mil associados.

Está presente em mais de 30 cidades. Tem sede e subsede social no centro da capital paulista, 20 unidades de lazer com hospedagem em tradicionais cidades turísticas litorâneas, rurais e urbanas de São Paulo e Minas Gerais, além de 14 unidades regionais distribuídas estrategicamente no Estado de São Paulo.
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