Ondjaki lança ‘O Assobiador’ no Brasil

      O ASSOBIADOR

      Ondjaki

      Novela

      Pallas Editora

      Públicos: adulto e juvenil

      160 páginas

      R$ 36,00

      13,5 x 20,5 cm       

O livro O Assobiador do escritor angolano Ondjaki ganha sua primeira edição no Brasil, pela Pallas Editora. A novela foi acrescida de um capítulo inédito onde o autor, um dos grandes escritores da nova geração africana, propõe a continuação da história por meio de desdobramentos e reflexões de Dissoxi,uma das personagens. O livro foi editado pela primeira vez, em Portugal, em 2002.

O Assobiador narra a história de uma pacata aldeia que tem sua rotina alterada com a chegada de um misterioso forasteiro, cujo assobio provoca reações epifânicas em quase todos os moradores. A atmosfera luminosa e ampla da aldeia contribui para a essência fantástica da obra.

O tom do assobio mexe com as pessoas (e também com os animais), desperta sentimentos, desejos, ansiedades, coragens, e faz as coisas acontecerem neste aglomerado de personagens esquisitos, que constituem ‘a aldeia’ desta novela: o padre, dono da igreja e sempre apto a tomar um gole; KoTimbalo, o coveiro desempregado há anos; Dissoxi, a dona do sal; e KaLua, que anda sempre equipado de papel higiênico, porque gosta de fazer as suas ‘necessidades’ ao ar livre.

Composto como uma série de episódios curtos que se interligam para formar um todo, O Assobiador fascina pela escrita poética e surpreendente pelas imagens que evoca nos leitores, levando-os a um incrível mundo.

Esta é a quinta obra do escritor Ondjaki editada pela Pallas.  Os outros livros são: Os vivos, o morto e peixe-frito (juvenil/adulto), Ombela – a origem das chuvas (infantil), Uma escuridão bonita (juvenil), A bicicleta que tinha bigodes(juvenil) e Há prendisajens com o xão - o segredo húmido da lesma & outras descoisas (poesia / juvenil). 

SOBRE O AUTOR

Ondjaki nasceu em Luanda, Angola, e faz parte da primeira geração de angolanos que cresceu em um país independente, embora em guerra. Sua literatura, no entanto, não é exatamente um eco dessa guerra. É um diálogo entre memórias e questões sociopolíticas. Estudou em Luanda e concluiu licenciatura em sociologia em Lisboa, Portugal. Fez doutoramento em Estudos africanos (Itália, 2010).

Ondjaki escreve contos, romances, poesias e novelas, alguns infanto-juvenis. Publicou o primeiro livro no ano 2000, ‘Actu Sanguíneu’ e não parou mais. Está traduzido para francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio, sueco, polonês, entre outros idiomas. Venceu vários prêmios, dentre eles António Paulouro (Portugal, 2005); Grande Prêmio APE (Portugal, 2007); FNLIJ (Brasil, 2010 e 2013); Prêmio Jabuti de Literatura (Brasil, 2010); Caxinde (Angola, 2011) e Prêmio José Saramago (Portugal, 2013).

Em 2012, o jornal britânico The Guardian considerou Ondjaki um dos cinco melhores escritores africanos da atualidade. No ano passado, o escritor venceu o Prix Littérature-Monde 2016, pela obra ‘Os Transparentes’, na categoria literatura não francesa. Além de escritor, Ondjaki é artista plástico e roteirista de cinema. Atualmente mora no Brasil, no Rio de Janeiro.

PALLAS EDITORA

A Pallas Editora dedica grande parte de seu catálogo a temas afrodescendentes e à cultura popular. A casa editorial, fundada em 1975, busca recuperar e registrar tradições religiosas, linguísticas e filosóficas dos vários povos africanos trazidos para o Brasil durante o regime escravista. Em 1992 a editora Cristina Fernandes Warth lançou um trabalho pioneiro de articulação sobre a cultura afro-brasileira, dando início à publicação de livros que são referência em antropologia, sociologia e etnologia.

A Editora é reconhecida, inclusive internacionalmente, por seu trabalho sobre o patrimônio africano e a cultura popular brasileira. Mariana Warth integrou a equipe da Pallas em 2002 e desde então tem se dedicado, entre outros projetos, à edição de literatura infantil, com a mesma temática africana, posicionando mais uma vez a editora na vanguarda.

O espectro do catálogo da Pallas, entretanto, é amplo: da religiosidade — com o registro escrito das tradições orais africanas em nosso país — à literatura, passando pela antropologia, pela sociologia, por livros de referência, pelo cinema, pela filosofia, entre outros.