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Comunicação Não-Violenta: uma nova linguagem
08/08/2016 08:15 em Brasil

Lucia Maria de Oliveira Nabão - Psicóloga, Professora de Yoga e Facilitadora de Processos em CNV

Quem nunca viveu uma frustação ao tentar ter uma boa conversa com alguém querido ou importante? Esta dificuldade de grande parte das pessoas em se expressar de forma clara, direta e sem julgamento acaba, muitas vezes, transformando a conversa em uma troca de acusações, que ninguém sabe dizer como começou.

É exatamente neste ponto que a Comunicação Não-Violenta (CNV) se torna tão fundamental em nosso cotidiano. A CNV é embasada no desenvolvimento das habilidades conversacionais e seu propósito é restabelecer as relações e as conexões entre os seres humanos, mesmo em condições difíceis e situações de conflito. Por isso, ela pode ser vista como um processo de humanização profunda.

Segundo o psicólogo americano Marshall Rosemberg, criador da Comunicação Não-Violenta, nossas dificuldades em estabelecermos boas trocas na comunicação, tanto conosco como com os outros, têm raízes em uma linguagem crítica e cheia de julgamentos que absorvemos ao longo de décadas. Ao nos expressamos a partir da crítica, a reação imediata é a defesa ou o contra-ataque e, portanto, o fechamento para o diálogo.

Colocar em prática a CNV nos permite reestruturar nossa maneira de perceber, compreender e nos conectar com nós mesmos e com os outros, seja na vida pessoal ou profissional. No modelo comum de nossas interações, as nossas verdadeiras necessidades ficam escondidas atrás de comportamentos, falas e atos desconectados e pouco produtivos.

Entretanto, com essa nova forma de falar, passamos a olhar o outro como um ser humano igual a nós e não um inimigo que deve ser vencido. Assim, ativamos nosso potencial empático – lembrando que a empatia vai além de ser simpático - e nos relacionamos por meio de uma expressão autêntica e uma escuta atenta e consciente, querendo compreender antes de responder.

A CNV propõe a expressão honesta por meio de quatro componentes: observação do evento; expressão emocional, ou seja, a identificação do sentimento (felicidade, segurança, medo, raiva) relacionado ao fato; definição da necessidade ao invés da vontade/desejo individual; por fim, a realização de pedido, que se distingue de exigência. Desta forma, a CNV nos guia para alcançarmos a conexão com o próximo por meio de um diálogo autêntico, respeitoso e humano.

Portanto, a Comunicação Não-Violenta é uma nova linguagem, diferente de tudo que aprendemos.  Sua aplicação é ampla e ao ser utilizada seja na educação, mundo corporativo ou até na gestão pública, enriquece a nossa vida, pois conseguimos nos reconectar com as pessoas de forma clara e verdadeira.



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